Casaca

Sigo atendendo a pedidos do Pai Juá, dessa vez com um comentário sobre o novo Vasco da Gama.
Aliás, minto.
Novo, não.
Vou falar do tradicional time da cruz de malta. Afinal, não há nada de novo no fato de Roberto Dinamite estar no Vasco, ou, pelo menos, não deveria haver.
Graças à Justiça, ao Dinamite, ao grupo político que o sustenta, aos torcedores e aos eleitores do clube, o gigante da colina se livrou da péssima administração de Eurico Miranda e hoje possui como máximo representante o maior ídolo da sua história, fato inédito no futebol brasileiro. Por isso, torço para que o Vasco reecontre seu caminho de glórias.
Agora, vai levar algum tempo pra reerguer o clube e o time porque o estrago foi e ainda é muito grande. Especula-se que Roberto esteja tendo diversos problemas, desde o acesso a documentos até uma forte debandada de jogadores das divisões de base. Pra piorar a situação, as receitas futuras estão praticamente todas comprometidas. Logo, é preciso que a torcida seja paciente.
Também merece aplauso a iniciativa dos presidentes de Flamengo e Vasco que assistiram juntos o jogo de domingo passado. O clássico dos milhões é considerado o jogo de maior risco de violencia no Rio, e parte disso se deve à postura bélica de alguns dos ex-presidentes dos dois clubes.
Sem dúvida, a iniciativa representa um gesto de civilidade esportiva e certamente contribuiu para que não houvesse registro de ocorrências graves entre as torcidas de Flamengo e Vasco.
Agora, apesar da admiração que tenho pelo jogador que foi o Roberto, tenho ressalvas com relação ao curriculo político dele, desconfianças essas oriundas de duas características minhas: o preconceito e a ignorância.
Explico.
Ocorre que o Dinamite está a quatro mandatos na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro. Além disso, o único informe que tenho a respeito da atuação dele como parlamentar não é bom. Estou falando da falta parlamentar de Roberto à sessão da Assembléia que deliberou sobre a liberdade do Deputado Álvaro Lins, ex-Chefe da Polícia Civil do Rio, diante das evidências de envolvimento com a máfia dos caça-níqueis e prática de crimes.
Com todo respeito ao contraditório, a ampla defesa, e todo o blá jurídico, um brasileiro rico e influente que é preso pela Polícia Federal não deve ser boa coisa; e os parlamentares que votaram favoravelmente à soltura do Deputado, ou se omitiram de votar, devem explicações à sociedade.
Em todo caso, e por enquanto, o Roberto merece um voto de confiança.
Por isso, o comentário e os parabéns a ele pela coragem e pelo êxito!
O Vasco, mais do que nunca, precisa do Dinamite.