c o n t a t o

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22/1/18

Feliz ano novo!

O ex-mágico da Taberna Minhota

Murilo Rubião


Inclina, Senhor, o teu ouvido, e ouve-me;
porque eu sou desvalido e pobre.
(Salmos. LXXXV, I)


Hoje sou funcionário público e este não é o meu desconsolo maior.

Na verdade, eu não estava preparado para o sofrimento. Todo homem, ao atingir certa idade, pode perfeitamente enfrentar a avalanche do tédio e da amargura, pois desde a meninice acostumou-se às vicissitudes, através de um processo lento e gradativo de dissabores.

Tal não aconteceu comigo. Fui atirado à vida sem pais, infância ou juventude.

Um dia dei com os meus cabelos ligeiramente grisalhos, no espelho da Taberna Minhota. A descoberta não me espantou e tampouco me surpreendi ao retirar do bolso o dono do restaurante. Ele sim, perplexo, me perguntou como podia ter feito aquilo.

O que poderia responder, nessa situação, uma pessoa que não encontrava a menor explicação para sua presença no mundo? Disse-lhe que estava cansado. Nascera cansado e entediado.

Sem meditar na resposta, ou fazer outras perguntas, ofereceu-me emprego e passei daquele momento em diante a divertir a freguesia da casa com os meus passes mágicos.

O homem, entretanto, não gostou da minha prática de oferecer aos espectadores almoços gratuitos, que eu extraía misteriosamente de dentro do paletó. Considerando não ser dos melhores negócios aumentar o número de fregueses sem o conseqüente acréscimo nos lucros, apresentou-me ao empresário do Circo-Parque Andaluz, que, posto a par das minhas habilidades, propôs contratar-me. Antes, porém, aconselhou-o que se prevenisse contra os meus truques, pois ninguém estranharia se me ocorresse a idéia de distribuir ingressos graciosos para os espetáculos.

Contrariando as previsões pessimistas do primeiro patrão, o meu comportamento foi exemplar. As minhas apresentações em público não só empolgaram multidões como deram fabulosos lucros aos donos da companhia.

A platéia, em geral, me recebia com frieza, talvez por não me exibir de casaca e cartola. Mas quando, sem querer, começava a extrair do chapéu coelhos, cobras, lagartos, os assistentes vibravam. Sobretudo no último número, em que eu fazia surgir, por entre os dedos, um jacaré. Em seguida, comprimindo o animal pelas extremidades, transformava-o numa sanfona. E encerrava o espetáculo tocando o Hino Nacional da Cochinchina. Os aplausos estrugiam de todos os lados, sob o meu olhar distante.

O gerente do circo, a me espreitar de longe, danava-se com a minha indiferença pelas palmas da assistência. Notadamente se elas partiam das criancinhas que me iam aplaudir nas matinês de domingo. Por que me emocionar, se não me causavam pena aqueles rostos inocentes, destinados a passar pelos sofrimentos que acompanham o amadurecimento do homem? Muito menos me ocorria odiá-las por terem tudo que ambicionei e não tive: um nascimento e um passado.

Com o crescimento da popularidade a minha vida tornou-se insuportável.

Às vezes, sentado em algum café, a olhar cismativamente o povo desfilando na calçada, arrancava do bolso pombos, gaivotas, maritacas. As pessoas que se encontravam nas imediações, julgando intencional o meu gesto, rompiam em estridentes gargalhadas. Eu olhava melancólico para o chão e resmungava contra o mundo e os pássaros.

Se, distraído, abria as mãos, delas escorregavam esquisitos objetos. A ponto de me surpreender, certa vez, puxando da manga da camisa uma figura, depois outra. Por fim, estava rodeado de figuras estranhas, sem saber que destino lhes dar.

Nada fazia. Olhava para os lados e implorava com os olhos por um socorro que não poderia vir de parte alguma.

Situação cruciante.

Quase sempre, ao tirar o lenço para assoar o nariz, provocava o assombro dos que estavam próximos, sacando um lençol do bolso. Se mexia na gola do paletó, logo aparecia um urubu. Em outras ocasiões, indo amarrar o cordão do sapato, das minhas calças deslizavam cobras. Mulheres e crianças gritavam. Vinham guardas, ajuntavam-se curiosos, um escândalo. Tinha de comparecer à delegacia e ouvir pacientemente da autoridade policial ser proibido soltar serpentes nas vias públicas.


Não protestava. Tímido e humilde mencionava a minha condição de mágico, reafirmando o propósito de não molestar ninguém.

Também, à noite, em meio a um sono tranqüilo, costumava acordar sobressaltado: era um pássaro ruidoso que batera as asas ao sair do meu ouvido.

Numa dessas vezes, irritado, disposto a nunca mais fazer mágicas, mutilei as mãos. Não adiantou. Ao primeiro movimento que fiz, elas reapareceram novas e perfeitas nas pontas dos tocos de braço. Acontecimento de desesperar qualquer pessoa, principalmente um mágico enfastiado do ofício.


Urgia encontrar solução para o meu desespero. Pensando bem, concluí que somente a morte poria termo ao meu desconsolo.

Firme no propósito, tirei dos bolsos uma dúzia de leões e, cruzando os braços, aguardei o momento em que seria devorado por eles. Nenhum mal me fizeram. Rodearam-me, farejaram minhas roupas, olharam a paisagem, e se foram.

Na manhã seguinte regressaram e se puseram, acintosos, diante de mim.

— O que desejam, estúpidos animais?! — gritei, indignado.

Sacudiram com tristeza as jubas e imploraram-me que os fizesse desaparecer:

— Este mundo é tremendamente tedioso — concluíram.

Não consegui refrear a raiva. Matei-os todos e me pus a devorá-los. Esperava morrer, vítima de fatal indigestão.

Sofrimento dos sofrimentos! Tive imensa dor de barriga e continuei a viver.

O fracasso da tentativa multiplicou minha frustração. Afastei-me da zona urbana e busquei a serra. Ao alcançar seu ponto mais alto, que dominava escuro abismo, abandonei o corpo ao espaço.

Senti apenas uma leve sensação da vizinhança da morte: logo me vi amparado por um pára-quedas. Com dificuldade, machucando-me nas pedras, sujo e estropiado, consegui regressar à cidade, onde a minha primeira providência foi adquirir uma pistola.

Em casa, estendido na cama, levei a arma ao ouvido. Puxei o gatilho, à espera do estampido, a dor da bala penetrando na minha cabeça.

Não veio o disparo nem a morte: a máuser se transformara num lápis.

Rolei até o chão, soluçando. Eu, que podia criar outros seres, não encontrava meios de libertar-me da existência.


Uma frase que escutara por acaso, na rua, trouxe-me nova esperança de romper em definitivo com a vida. Ouvira de um homem triste que ser funcionário público era suicidar-se aos poucos.

Não me encontrava em condições de determinar qual a forma de suicídio que melhor me convinha: se lenta ou rápida. Por isso empreguei-me numa Secretaria de Estado.


1930, ano amargo. Foi mais longo que os posteriores à primeira manifestação que tive da minha existência, ante o espelho da Taberna Minhota.

Não morri, conforme esperava. Maiores foram as minhas aflições, maior o meu desconsolo.

Quando era mágico, pouco lidava com os homens -o palco me distanciava deles. Agora, obrigado a constante contato com meus semelhantes, necessitava compreendê-los, disfarçar a náusea que me causavam.

O pior é que, sendo diminuto meu serviço, via -me na contingência de permanecer à toa horas a fio. E o ócio levou -me à revolta contra a falta de um passado. Por que somente eu, entre todos os que viviam sob os meus olhos, não tinha alguma coisa para recordar? Os meus dias flutuavam confusos, mesclados com pobres recordações, pequeno saldo de três anos de vida.

O amor que me veio por uma funcionária, vizinha de mesa de trabalho, distraiu-me um pouco das minhas inquietações.

Distração momentânea. Cedo retornou o desassossego, debatia-me em incertezas. Como me declarar à minha colega? Se nunca fizera uma declaração de amor e não tivera sequer uma experiência sentimental!

1931 entrou triste, com ameaças de demissões coletivas na Secretaria e a recusa da datilógrafa em me aceitar. Ante o risco de ser demitido, procurei acautelar meus interesses. (Não me importava o emprego. Somente temia ficar longe da mulher que me rejeitara, mas cuja presença me era agora indispensável.)

Fui ao chefe da seção e lhe declarei que não podia ser dispensado, pois, tendo dez anos de casa, adquirira estabilidade no cargo.

Fitou-me por algum tempo em silêncio. Depois, fechando a cara, disse que estava atônito com meu cinismo. Jamais poderia esperar de alguém, com um ano de trabalho, ter a ousadia de afirmar que tinha dez.

Para lhe provar não ser leviana a minha atitude, procurei nos bolsos os documentos que comprovavam a lisura do meu procedimento. Estupefato, deles retirei apenas um papel amarrotado — fragmento de um poema inspirado nos seios da datilógrafa.

Revolvi, ansioso, todos os bolsos e nada encontrei.

Tive que confessar minha derrota. Confiara demais na faculdade de fazer mágicas e ela fora anulada pela burocracia.

Hoje, sem os antigos e miraculosos dons de mago, não consigo abandonar a pior das ocupações humanas. Falta-me o amor da companheira de trabalho, a presença de amigos, o que me obriga a andar por lugares solitários. Sou visto muitas vezes procurando retirar com os dedos, do interior da roupa, qualquer coisa que ninguém enxerga, por mais que atente a vista.

Pensam que estou louco, principalmente quando atiro ao ar essas pequeninas coisas.

Tenho a impressão de que é uma andorinha a se desvencilhar das minhas mãos. Suspiro alto e fundo.

Não me conforta a ilusão. Serve somente para aumentar o arrependimento de não ter criado todo um mundo mágico.

Por instantes, imagino como seria maravilhoso arrancar do corpo lenços vermelhos, azuis, brancos, verdes. Encher a noite com fogos de artifício. Erguer o rosto para o céu e deixar que pelos meus lábios saísse o arco-íris. Um arco-íris que cobrisse a Terra de um extremo a outro. E os aplausos dos homens de cabelos brancos, das meigas criancinhas.


Murilo Eugênio Rubião nasceu em Silvestre Ferraz, hoje Carmo de Minas — MG, no ano de 1916. Formado em Direito, foi professor, jornalista, diretor de jornal e de estação de rádio (Rádio Inconfidência). O escritor faleceu em Belo Horizonte, em 1991, onde residiu a maior parte de sua vida.


O texto acima foi extraído do livro "O pirotécnico Zacarias e outros contos", Editora Companhia das Letras — São Paulo, 2006, pág. 19, organização de Humberto Werneck, postfácio de Jorge Schwartz.

21/8/17

Canto gregoriano

Carai.
Eu preciso registrá minha carteira de identidade com a minha verdadêra profissão: vagabundo.

21/7/17

Notícia

Henrique Meirelles dormiu nesta sexta-feira (21) durante parte do discurso do Michel Temer na 50ª Cúpula do Mercosul, em Mendoza, na Argentina.
Sentado ao lado do outro corvo, à esquerda, o golpista cochilou várias vezes enquanto Temer falava. Em alguns momentos, o sono fazia Meirelles pender a cabeça. Em outros, o ministro bocejava e levava uma xícara à boca.
Temer viajou no fim da tarde desta quinta-feira (20) para a cidade argentina, que recebe o encontro dos chefes de Estado do bloco sul-americano, formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
No discurso feito na reunião do bloco, Temer defendeu o resgate e o fortalecimento do Mercosul e afirmou que acompanha com “grande preocupação” a situação da Venezuela.
fonte: G1
adaptação: marmota informaciones

13/3/17

"Evolução"

Hoje: "Não teremos mais problemas quando o último sociólogo for estrangulado com as tripas do último burrocrata". Meninada em maio de 68

Ontem: "O homem deixará de ser miserável quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre". Voltaire

11/1/17

Las palavras y manu

Nuevas musicas en la playa
Quidapoco, probablemente, nuevo disco!

Manu 2017

Primeiramente, fora temer.
Em segundo, o Vasco.
E, antes das novidades novas, novidades antigas.
Espetaculares, pra variar





2/1/17

Feliz 2017

12/12/16

"É melhor ser alegre que ser triste"

Mesmo apesar do juiz Moro, do clube do mpf de Curitiba & das Companhias...



7/11/16

Argentina

El pueblo Argentino me encanta!
La indignación! La rebeldía! La sangre!
Con la pelota tienen el mejor que hay visto jugar: la pulguita.
Y ahora tienen el mejor Papa de todos que hay, apesar de ser un Papa.
Entonces, gracias Argentina!
Gracias Menotti, por mantener la llama del juego bonito.
Menotti dijo: "O Brasil tinha um equipazo. Júnior, Zico, Sócrates, Falcão. Tinha jogadores, tinha ideias e tinha um ótimo técnico, o Telê. Fui muito amigo do Telê. Um tipo impressionante".
Y dijo más: "O Pelé foi muito melhor que qualquer outro, não só o Maradona. O Maradona era mais vistoso por ser canhoto, e os canhotos, como estão em menor número, dão a sensação de fazer coisas diferentes. O Pelé era inacreditável, tinha movimentos que só ele conseguia. Parecia um puma, uma pantera. Dava cada salto! Parecia que jogava com um paraquedas. Lembro dele na final da Libertadores de 1963 na Bombonera. Queriam quebrá-lo, e ele fazia de tudo. Driblava, chutava, bancava as patadas…Inigualável. Jogar com o Pelé me marcou muito, me ensinou demais para ser treinador. Jogar é forma de dizer. Fiz só um jogo. Aquele time do Santos era muito bom, era capaz de ser campeão até se escalasse só os reservas. Quem diz que Pelé só brilhou porque jogava com craques precisa lembrar: quanto mais príncipes, mais difícil ser rei. Pelé foi o maior numa época de Rivellino, Ademir da Guia, Tostão, Gérson, Jairzinho…Precisa dizer mais? O Brasil de 1970 foi, de longe, o melhor time que vi."
Bueno, como yo no hay visto aquel equipo de 70, lo mejor para mi fue Brasil de 1982.
Pero Menotti dijo ainda más: "O futebol na Argentina está à beira da morte. Só uma revolução cultural pode salvá-lo. As pessoas que comandam os negócios não têm a cabeça na cultura, só no dinheiro. Só importa o negócio. O futebol não são os milionários, não é Messi, Di María e Agüero. O futebol é a expressão dos que se juntam na esquina, no bairro. A seleção argentina hoje é apenas uma a mais na tabela. Um time de futebol é como uma orquestra, um grupo musical. Precisa de ensaio. E como a seleção argentina treina? Faz dois treinos, joga, e se reúne três meses depois. Complicado demais."
Y para cerrar con llave de oro: "A derrota do Telê em 1982 e 1986 foi péssima. Ela abriu espaço a outras pessoas e outras ideias, então houve uma mudança bruta de mentalidade e de forma de jogar. Por isso o Brasil vinha jogando mal desde os anos 90. O time do Dunga era a representação do 'sacrifício não se negocia'. Vocês, brasileiros, me digam: que sacrifício fazia o Romário?"
Viva Menotti!
Gracias por todo, hombre (no voy recordar aquel juuego con Perú. Está todo bien).
Una sencilla homenage a usted y a todos los argentinos



22/8/16

Espetacular
















A verdadeira convocação do Tite

Marmoteiros,
por uma série de razões que nós não podemos dizer, a lista que foi divulgada agora a pouco na sede na CBF não é a verdadeira convocação do técnico Tite.
Segue, em zero mão, a lista verdadeira para os dois jogos das eliminatórias, contra Equador em Quito e Colômbia em Manaus.

Goleiros: Alisson, Diego Alves e Marcelo Grohe
Laterais: Daniel Alves, Douglas Santos, Fágner e Marcelo
Zagueiros: Marquinhos, Miranda, Pedro Geromel e Thiago Silva
Meias: Casemiro, Elias, Fernandinho, Luis Gustavo, Oscar e Renato Augusto
Atacantes: Douglas Costa, Lucas, Neymar, Philipe Coutinho, Ricardo Oliveira e William


Também foi divulgada uma lista de espera, com os seguintes atletas:
goleiro: Victor
laterais: Alex Sandro e Danilo
zagueiros: David Luiz, Gil e Jemerson
meias: Ganso, Lucas Lima, Paulinho, Rafael Carioca e Ramires
atacantes: Diego Tardelli, Luan, Gabriel Jesus, Gabigol, Hulk e Robinho

Em qualquer momento voltaremos com mais informações.

18/8/16

Hope (or help?)




Resultado: Celtic 5 x 2 Hapoel Be'er Sheva
Palco: Celtic Park
Público: 52.659
Data: 17/ago/2016













Thank you so much!

12/6/16

Dúvida

"DE ONDE VOCÊ DÁ DIRANDO ESSAS ZUBOZIZÕES, BABAI?"
(Beu guerido biglio, gui dão anda brezdando adenzão aos vodebaz...)

8/6/16

Além-mar





3/5/16

É...

1/5/16

Rei desbravador

Menino da rua

17/3/16

Post Surreal - Diálogos Verdadeiros

(Cidadão "comum")
Caro Doutor Marmota,
o Senhor poderia, por gentileza, disponibilizar gravações do probo Moro, pois como cidadão gostaria de dar luz às sombras do acordo midiatico-juridico.
Dr. Marmota, aproveitando o ensejo, poderia também puxar a tomada e desligar a Grobo...


(Doutor Marmota)
Realmente, a que ponto chegamos!
É um desastre.
Você tem uatizap?


(Cidadão "comum")
To com receio de instalar, ser grampeado pelo probo Moro e aparecer na grobo.....

(Doutor Marmota)
UHAUHAHUAHUUHAHUAHUUHAUHUHA
Receio fundado


obs.: o cidadão é "comum", apesar de parecer uma raposa.

Violência simbólica

"Eu gostava tanto da bandeira do Brasil"
(Doutor preto ixspérto)

2/3/16

Gratidão

"O Flamengo sempre foi a minha segunda casa. Depois da minha casa, era o lugar que eu mais me sentia feliz"
(Arthur, Primeiro e único)

Obrigado por tudo. Sempre.

10/2/16

Festa da peste!







Sinto uma leveza só de imaginar o tanto que o morro vai tá feliz esse resto de fevereiro.
Impressionante a força dos enredos campeões na Mangueira.
Viva a Bahia! Viva o Nordeste! Viva o Rio! Viva o Brasil!
Certos fatos tem o poder de explorar todo o significado das palavras.
Ouvindo esse samba e vendo essa festa parece que tô ouvindo o maracanã inteiro dizendo: Beleza. Alegria. Felicidade.
Feliz cidade.

Cabra da peste!



dinovu!

5/2/16

Esperanza...



trechos...

"E os camburão o que são?
Negreiros a retraficar
Favela ainda é senzala jão
Bomba relógio prestes a estourar"

"Há quanto tempo nóiz se fode e tem que rir depois
Pique jack-ass, mistério tipo lago ness, sério és
Tema da faculdade em que não pode por os pés"

"Nessa equação, chata, policia mata? Plow!
Médico salva? Não! Por que? Cor de ladrão"

"Cura baixa escolaridade com auto de resistência"

"Nóiz quer ser dono do circo
Cansamos da vida de palhaço"

"Aguarde cenas do próximo episódio
Cês diz que nosso pau é grande
Espera até ver nosso ódio"

Boa Esperança. De Emicida e Nave.

Proxima estación: esperanza

"Eu acredito que o poder das corporações, o poder de Wall Street, o poder das companhias de medicamentos é tão grande que a única maneira de realmente transformar a América e fazer as coisas que a classe média e a classe trabalhadora desesperadamente necessitam é por meio de uma revolução política"
(Bernie Sanders)




4/2/16

Muy lindo

Guerra de posição

"Você perguntava sobre a relação entre o discurso polarizador ou de ruptura e a gestão. Eu diria que se está num momento do confronto diferente. Algumas coisas foram ganhas, e o adversário teve de ceder, mas o adversário também ganha algumas coisas. Você já não é um monstro apavorante. Já está lá dentro e precisa ser reconhecido como um ator legítimo. Você fica um pouco mais forte, constrói, respira, está num território um pouco mais coberto, tem recursos, pessoal, possibilidade de as coisas serem feitas de outra forma.

Mas também é verdade que perde a característica de outsider, deixa de ser uma multidão de indignados que vem para atacar ou transformar. Passa a ser uma figura mais ordeira. Por isso, nos Estados modernos, a guerra é de posições. Você ataca um pouquinho, sai correndo, ataca um pouquinho. Mas, a partir do momento em que ataca um pouquinho, entra um pouco em algumas redes institucionais, em outras não entra nada, em outras muito, e, estando ali, você é um pouco
mais respeitável e um pouco menos insolente, outsider e subversivo.

Precisa continuar lutando para ter sempre a iniciativa, colocar a bola sempre no campo do adversário e levar o adversário para lugares onde não esteja à vontade. Mas fazemos isso num âmbito como o institucional do qual eles sabem mais. Têm mais quadros, têm mais saberes, e as inércias atuam a favor deles. Em geral, o tipo de tarefa que nos forjou como militantes não tem nada a ver com o tipo de tarefa que temos agora. E é preciso aprender enquanto se está tentando construir o viveiro que vá produzindo os quadros para a leva seguinte. Porque, se todos os quadros se desgastarem nas primeiras posições conquistadas — e vimos isso nos processos latino-americanos —, muitas tarefas ficarão sem realização, ficarão desguarnecidas, entre estas a própria possibilidade de reprodução
do instrumento político. O instrumento precisa continuar sendo vigoroso, e por isso algumas pessoas têm de ficar para fazer esse trabalho. Você não pode pôr todos os seus quadros, ou só os melhores quadros, nas posições institucionais conquistadas."

Íñigo Errejón em entrevista publicada na revista Novos Estudos (número 103).

1/2/16

Carnaval

"Moro na Austrália há muito tempo e estou indo pro Rio de Janeiro assistir o desfile das escolas de samba.
O senhor sabe se vai ter algum jogo do Flamengo nesse período? Gostaria de assistir a um jogo no meio da torcida!
Também queria aproveitar pra conhecer a sala de troféus do Vasco, a torcida do Botafogo e o advogado do fluminense.
Doutor Marmota, o Senhor pode me ajudar?
Desde já obrigado."
(Raposinha)

19/1/16

Minério não se bebe



A melhor e mais triste marchinha deste carnaval.

8/12/15

Crise

Quando o DOUTOR MARMOTA tem que fazer coro com GOVERNADORES defendendo a LEGALIDADE, é porque o trem tá feio.
"A elite brasileira é a mais nojenta do mundo, e a elite paulista é a mais nojenta do Brasil"
Mino Carta.

"CARTA PELA LEGALIDADE
Os Governadores estaduais vêm, por meio desta nota, manifestar-se contrariamente ao acolhimento do pedido de abertura de processo de impeachment contra a Presidenta da República.
A história brasileira ressente-se das diversas rupturas autoritárias e golpes de estado que impediram a consolidação da nossa democracia de forma mais duradoura. Tanto é assim que este é o período mais longo de normalidade institucional de nossa história, conquistado após a luta de amplos setores da sociedade. Nesse sentido, é dever de todos zelar pelo respeito à Constituição e ao Estado Democrático de Direito.
Entendemos que o mecanismo de impeachment, previsto no nosso ordenamento jurídico, é um recurso de extrema gravidade que só deve ser empregado quando houver comprovação clara e inquestionável de atos praticados dolosamente pelo chefe de governo que atentem contra a Constituição.
O processo de impeachment, aberto na última quarta-feira, 02/12, carece desta fundamentação. Não está configurado qualquer ato da Presidenta da República que possa ser tipificado como crime de responsabilidade.
Compreendemos as dificuldades pelas quais o país atravessa e lutamos para superá-las. Todavia, acreditamos que as saídas para a crise não podem passar ao largo das nossas instituições e do respeito à legalidade. Por isso, ciosos do nosso papel institucional, conclamamos o país ao diálogo e à construção conjunta de alternativas para que o Brasil possa retomar o crescimento econômico com distribuição de renda.
Brasília, 08 de dezembro de 2015"

27/11/15

Funk you! (o espelho do real)

É cumpade...
Seguem apenas trechos do belíssimo artigo do Doutor Michel Yakini.

"O funk surge em outro contexto. É o estilo da escassez e ao contrário do sertanejo universitário, que aposta no “menos complexo, mas vistoso”, porque sabe que é isso que a massa consome (porque é pra isso que é preparada), o funk surge da voz embargada, rimando e ritmando com o que pode, e provocando muito, do jeito que dá. O funk deflagra, e isso a retórica não compreende, chama de conformismo, de conformista. O funk não é pedra na vidraça, é o espelho do real, não é a inversão, é o toma lá da cá, é a música que paga com a mesma moeda. (...)

A maioria dos mc´s do funk vem das quebradas, são negros e negras, e se não apresentam uma poética de agrado, é reflexo de pertencer a uma geração da escola sucateada, que mal consegue alfabetizar. Se rimam e cantam é porque trazem oralidade no berço, pois convivem desde sempre com o samba, rap, capoeira, terreiros e o funk que explodiu no RJ nos anos 90, mas que segue vivo na voz de Mano Teko, Pingo do Rap, Mc´s Júnior e Leonardo, entre vários. História da música de favela no Brasil, que sempre foi e é depreciada. (...)

O funk não foi inventado pelos endinheirados da indústria cultural, é uma expressão vinda da urgência, e ao conquistar espaço no mercado, porque a mulecada faz chover na internet, deflagra o ódio dos estetas de plantão, a ira da “sociedade de bem”, e o medo dos conservadores. A juventude do funk ocupa as ruas, deixam as vitrines em choque, o estado perdido e os socialistas eufóricos, mas eles querem curtir um som, namorar, se encontrar, e consumir a negação. E apesar de já ter funkeiro popstar, a gente sabe que a maioria continua na batalha de sempre, rimando e postando na internet, sem disco, sem estúdio, fazendo show quando dá. E por isso, de repente, todo mundo quis se inteirar sobre o funk, conhecer, abrir espaço, fazer política pública, tacar pedra, mandar prender, mandar matar, enfim... (...)

E pra quem fica tirando de menor, de sem elaboração, tem que aprender muito de formação de público, articulação e empreendedorismo sem monopólio com essa mulecada, pra quem fala da poética fraca, vem rimar com alguns funkeiros e vê se tem fôlego pra decifrar o dialeto. Pra quem despreza o ritmo, vem dançar o passinho, explodir o corpo pelos quadris como esses meninos e meninas fazem, ou melhor, desfrute da mesma estrutura, viva no mesmo bairro, e tente fazer sua arte elaborada, tocar seu piano em um cômodo que mal cabe um colchão, bora lá, funk you! (...)

Por isso, quando a estética da vida for pau-a-pau nos dois lados da ponte, a crítica será justa, a comparação com altas produções terá contexto. Fora isso, a mulecada segue na rua, rimando e sacudindo o conforto das etiquetas, pois o mundão tá desafinado, e enquanto as harmonias prezarem pelo silêncio, o funk há de riscar esse disco e revelar esse descompasso".

25/11/15

Interpretaciones

Manchete do UOL após a vitória de TiaDilma sobre Aécio Never por 51,6 a 48,4: Em país dividido, Dilma é reeleita

Manchete do Clarín despues que Macri ganó el ballottage frente a Daniel Scioli por 51,4 a 48,6: Macri presidente

Manchete do UOL após a vitória de Macri: Opositor Mauricio Macri é eleito presidente da Argentina

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Pensando na Argentina eu lembro de uma musiquinha da torcida do Framengo...
"ACABOU O AMOR! ISSO AQUI VAI VIRAR O INFERNO!"

Verguenza




"Los trabajadores de La Nación S.A. le decimos NO al editorial que, con el título de "No más venganza" se publicó hoy, lunes 23 de noviembre de 2015, en la página 32 del diario.

Quienes trabajamos en el diario La Nación, en las revistas que edita la empresa, en las versiones online de todos los productos periodísticos, entendemos que la vida democrática implica la convivencia de distintas ideas, proyectos e identidades políticas. Convivimos entre estas paredes trabajadores que expresamos esa diversidad y desde nuestras diferencias construimos un sentido común.

Desde esa diversidad rechazamos la lógica que pretende construir el editorial de hoy, que en nada nos representa, al igualar a las víctimas del terrorismo de Estado y el accionar de la Justicia en busca de reparación en los casos de delitos de lesa humanidad, con los castigos a presos comunes y con una "cultura de la venganza".

Los trabajadores del diario La Nación decimos SI a la DEMOCRACIA, a la continuidad de los juicios por delitos de lesa humanidad y decimos NO al OLVIDO. Por MEMORIA, VERDAD y JUSTICIA."

Trabajadores de La Nación S.A. Comisiones Internas de Prensa y Gráficos

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Diante da vitória de Maurício Macri nas eleições argentinas (51,4 a 48,6) os conservadores lá já se sentem autorizados a declarar em alto e bom som que o mais adequado é "relevar" as atrocidades cometidas na Ditadura. Viva nóis!
A salvação da humanidade, digo, da evolução material a passos de tartaruga (só a material, pq o nível de sofrimento psíquico da humanidade é sem precedentes), é que os conservadores são burros pacaraio.

22/11/15

Repúdio ao "terror" ou solidariedade patética?

Pra variar, Slavoj revelando o que você não se esforça pra enxergar...

"Sim, os ataques do dia 13 de novembro em Paris devem ser incondicionalmente repudiados, mas… não quero aqui procurar introduzir circunstâncias atenuantes, a questão é que eles devem ser realmente repudiados, e para isso é preciso de mais do que o simples e patético espetáculo de solidariedade por parte de nós, cidadãos “livres”, “democráticos”, “civilizados”, contra o grande monstro assassino muçulmano.

Na primeira metade de 2015, a Europa estava preocupada com movimentos emancipatórios radicais (como Syriza e Podemos), enquanto que na segunda metade do ano a atenção se deslocou ao tema “humanitário” dos refugiados – a luta de classes foi literalmente suprimida e substituida pelo tema liberal-cultural da tolerância e da solidariedade. Com os atentados terroristas da última sexta-feira, até mesmo esse tema (que ainda se referia a questões sócio-econômicas mais amplas) está agora eclipsado pelo simples esquematismo que projeta o conjunto das forças democráticas enredadas em uma guerra sem piedade contra as forças do terror – e é fácil imaginar o que se seguirá: uma busca paranoica pelos agentes do ISIS entre os refugiados, e por aí vai… (A mídia já saliva ao informar que dois dos terroristas adentraram a Europa via Grécia como refugiados…) As maiores vítimas dos ataques terroristas de Paris serão os próprios refugiados, e os verdadeiros vencedores por trás das platitudes do tipo “Je suis Paris” serão simplesmente os partidários da guerra total de ambos os lados.

É assim que nos devemos realmente repudiar os assassinatos de Paris: não simplesmente participando das manifestações patéticas de solidariedade anti-terrorista, mas insistindo na simples questão do qui bono: quem se beneficia? (...)"

Texto completo aqui

3/11/15

Gestão como doença social

Gerenciar a si mesmo para atingir alto desempenho é uma demonstração de autonomia recompensada pela promessa de sucesso, felicidade e realização pessoal. Essa suposição provém de uma espécie de "equação mágica" (p. 82) que obscurece a impossibilidade de sermos todos excelentes. Luta-se pelos lugares como se todos pudessem ser o número um. Esquece-se que a própria etimologia da palavra excelência comporta intrinsecamente a exclusão daqueles que não atingem determinados requisitos. O culto da qualidade enquanto excelência estimula, portanto, a competição generalizada e o individualismo.

A doença social mencionada no título refere-se aos paradoxos criados por esse formato de gestão e ao acobertamento da violência simbólica pelas novas regras do trabalho flexível. Os problemas sociais e os conflitos são transferidos para o plano individual e são tratados como distúrbios pessoais. Por outro lado, o fracasso abre uma ferida narcísica, estigmatiza o perdedor como um peso social, pois já não é permitido ser limitado. O método de quantificação da qualidade opera pela desqualificação do que é humano, pela ameaça de avaliação negativa, culpabilizando os desempregados, os precarizados e os assalariados por sua insuficiência e inaptidão para alcançar metas inacessíveis.

Os paradoxos propostos pela gestão hipermoderna podem ser considerados, por si, fatores de adoecimento físico ou psíquico à medida que a pressão exercida pelas exigências empresariais é perturbadora e estimula a construção de uma "subjetividade fluida" (p. 187). Gaulejac afirma, entretanto, que a adesão total aos princípios e às regras das empresas ocorre apenas "de fachada" (p. 135). Em grande parte dos casos, os indivíduos se fragmentam internamente ou mergulham na hiperatividade para não pensarem na dinâmica de uma situação da qual não têm como sair. A ação contínua é fortemente estimulada, pois a estagnação representa fracasso. Mas quando o "sentido da ação se resume em ser campeão" (p. 169), advém daí uma crise simbólica que retira o significado da própria vida.

Não é à toa que na Saúde Pública anuncia-se uma epidemia de distúrbios psíquicos. O discurso do gerenciamento pela qualidade é circular e enlouquecedor em suas inúmeras ambiguidades. A lógica qualitativa do discurso choca-se com a lógica quantitativa da prática. Enaltece-se o valor humano e busca-se o lucro máximo a qualquer custo. Pede-se "autonomia em um mundo hipercoercitivo" (p. 117), criatividade "em um mundo hiper-racional" (p. 117), compromisso intenso com os projetos da empresa e flexibilidade para desligar-se a qualquer instante. O individuo é livre para, enfim, seguir um programa imposto de qualidade máxima.

Diversos distúrbios e enfermidades atingem os desempregados e aqueles que permanecem ativos no mercado profissional, porém submetidos a alto nível de estresse. O estresse, todavia, não é considerado um problema; é antes uma decorrência "natural" (p. 221) da busca legítima por um lugar de excelência e autorrealização. Cabe a cada um se adaptar e gerenciar seu nível de estresse, resistindo à vulnerabilidade psíquica ocasionada pelas condições de trabalho. Como se sabe, as doenças psicossomáticas decorrentes do trabalho são de difícil comprovação. A gestão de si e o autocuidado com a saúde física e psíquica apresentam-se, então, como solução para um problema que a própria atividade de gestão cria. Novamente é o ideal da qualidade de vida, também medida por índices, que alerta o quão se pode ser mais saudável: só depende de cada um aplicar o método milagroso da gestão racional em si mesmo.

Embora Gaulejac siga uma linha de crítica contundente ao longo do livro, repete mais de uma vez que a "gestão não é um mal em si" (p. 29, p. 144). Conclama a substituição da "gestão de recursos humanos" por uma "gestão humana de recursos" (p. 145) de forma a construir "outro mundo possível" (p. 299), para o qual a Sociologia poderia contribuir. Ao final, entretanto, fica a impressão de que o autor foi, enfim, também ele contaminado pelo vírus da qualidade, sucumbindo ao mito da terra sem males, sem conflitos, sem contradições, sem ideologias, onde pudesse haver uma gestão que não fosse permeada por técnicas de dominação e exercício do poder. Apesar destas considerações, fica aqui a recomendação de leitura, certamente inspiradora tanto para a Sociologia do Trabalho, quanto para a Sociologia da Saúde.

Palavras de Maria Regina Cariello Moraes na resenha que fez do livro Gestão como Doença Social, de Vincent de Gaulejac, para a revista brasileira de saúde ocupacional, em 2012.

26/10/15

Saudade

Increíble

Recuerdos

"recuerdas de donde vienes para saber adonde vás"...


Latinoamerica



"tú no puedes comprar los colores"...

25/8/15

Geometria

(Doutor Marmota) Biglio, eze guadradinho é bom!
(Beu guerido bilgio) EU BREVIRO OS BARALELEBIBEDOS
(Beu guerido bilgio) de guadrado já basdam dodos os BUROGRADAS!
(Beu guerido bilgio) ainda bem gue logo zerei ABOSENDADO
(Beu guerido bilgio) e eu num zou guadrado, zou um ZÍRGULO
(Beu guerido bilgio) grazas às CERVEZAS

(obs.: bilgio, brezda adenzao doz VODEBAZ. É ZERVEJA! Ze vor em ezbanhol é ZERBEZA

9/6/15

Comunicado: Marmota corporation

Pessoal,
é com muita satisfação, e, porque não dizer, orgulho, que comunico a vocês a nossa nova parceria com a Barbosa Leilões.
A partir de agora, a Marmota Corporation também está presente no ramo de intermediação agropecuária, e tem a honra de se associar a uma empresa que carrega no nome talvez o maior dos nossos heróis da atualidade: o incrível Barbosa.
Em breve divulgaremos mais detalhes da nossa parceria.
Aguardem!



Criança feliz

"Babai, guero deijar regisdrado gue eu dão esdou indo drabagliar bor gausa da GREVE DE OINIBUS. SOBENDE BOR IZO!"
(Beu guerido biglio. Guerido e invejável biglio)