c o n t a t o

Para hablar con Marmota iscriba para doutormarmota@gmail.com

20/3/11

Os inocentes

"Odeio os indiferentes. Como Friederich Hebbel, acredito que "viver significa tomar partido". Não podem existir os apenas homens, estranhos à cidade. Quem verdadeiramente vive não pode deixar de ser cidadão e de tomar partido. Indiferença é abulia, parasitismo, covardia, não é vida. Por isso odeio os indiferentes.

A indiferença é o peso morto da história. É a bola de chumbo para o inovador, é a matéria inerte em que se afogam frequentemente os entusiasmos mais esplendorosos, é o fosso que circunda a velha cidade e a defende melhor que as mais sólidas muralhas, melhor que o peito dos seus guerreiros, porque engole nos seus sorvedouros de lama os assaltantes, os dizima e desencoraja e às vezes os leva a desistir de gesta heroica.

Odeio os indiferentes também porque suas lamúrias de eternos inocentes me dão tédio. Peço contas a cada um deles pela maneira como cumpriram a tarefa que a vida lhes impôs e impõe cotidianamente, pelo que fizeram e sobretudo pelo que não fizeram. E sinto que posso ser inexorável, que não devo desperdiçar minha compaixão, que não posso repartir com eles as minhas lágrimas. Sou partidário, vivo, sinto nas consciências viris dos que estão comigo pulsar a atividade da cidade futura que estamos a construir. Nessa cidade, a cadeia social não pesará sobre poucos, qualquer coisa que aconteça nela não será devido ao acaso, à fatalidade, mas sim à obra inteligente dos cidadãos. Ninguém estará à janela a olhar enquanto os poucos se sacrificam, se acabam no sacrifício. E não haverá quem esteja à janela, emboscado, com a pretensão de usufruir do pouco bem que a atividade de poucos tenta realizar e afogue a sua desilusão vituperando o sacrificado porque não ter conseguido seu intento.

Vivo, sou partidário. Por isso odeio quem não toma partido, odeio os indiferentes."

Trechos de Indiferentes, de Antonio Gramsci em La città futura, escrito em 11/02/1917.

Comentário (quinem no bróguio do G^odóio): G^odóio, seu fujão de merda, não posso lê essas coisa, não...
VIVA LA REVOLUCIÓN!

No hay comentarios.: